Empreendedorismo e formação
Após a escolha de qual profissão seguir e, por conseguinte, ingressar em uma faculdade, o jovem nem sempre conhece todas as alternativas que seu curso lhe oferece. Muitas vezes ele acredita que seu único caminho seja colocar-se no mercado de trabalho em uma empresa que o possibilite atuar em sua área. Entretanto, existem outras perspectivas que, por diversos motivos, não lhes são apresentadas.
Um dos caminhos alternativos se apresenta como uma oportunidade gigantesca de sucesso profissional: o empreendedorismo!
Apesar do resultado ruim apontado em pesquisa recente acerca da liberdade econômica feita pela Fundação Monte Castelo, que colocou o Brasil como uma país majoritariamente não livre, ficando na posição 150 num universo de 180 países pesquisados, ocupamos a primeira posição na taxa de empreendedorismo, segundo pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) em parceria com o SEBRAE. Significa dizer que, embora não seja fácil abrir um negócio aqui, o número de empreendedores brasileiros é muito grande. Além disso, foi sancionada recentemente a MP da liberdade econômica, que reduz significativamente a fatigante burocracia nacional. O momento é favorável ao empreendedorismo mais do que nunca.
Entretanto, dar execução à uma ideia de negócio tem sido algo fora dos planos da maioria dos acadêmicos no Brasil. Na mesma pesquisa, o GEM apontou que, dentre todos os níveis de escolaridade, aqueles que possuem graduação são os que menos empreendem. Essa contatação contrasta com o fato de que, em tese, profissionais graduados têm maior capacidade técnica e domínio avançado de sua área de atuação, o que lhe possibilita maior margem de sucesso.
Atrair indivíduos graduados ao empreendedorismo é interessante, não apenas aos egressos em faculdades e universidades, mas também para a sociedade e a economia nacional. Isso porque, em muitos casos, ao chegar no mundo do trabalho, o recém formado cheio de criatividade e ideias inovadoras não encontra espaço para elas no mercado tradicional, acabando por se moldar a ele, desperdiçando talentos que possibilitariam sua ascensão profissional. Tal ascensão geraria ganhos para o país como um todo, tanto no que se refere a melhoria dos serviços e, por consequência, o aumento da qualidade de vida das pessoas, quanto na oferta de empregos em caso de sucesso de seu empreendimento.
É preciso que haja projetos dentro das próprias instituições de Ensino Superior e, por que não, na educação básica que trabalhem o tema e que introduzam o conceito de empreendedorismo para que, se for da vontade do jovem, ele possa seguir por este caminho.
Abrir o próprio negócio, no entanto, exige conhecimento acerca do assunto. Não se pode apenas montar uma empresa sem conhecer o mercado, as estratégias de vendas, o público alvo e métodos de gestão. Um acadêmico que pretende empreender deve estar disposto a estudar técnicas de administração de empresas, a lidar com a já mencionada burocracia nacional que, apesar de reduzida com a sanção da MP da Liberdade Econômica, ainda existe, além de saber que boa parte dos empreendimentos de sucesso são frutos de outros que falharam. Por isso, é conveniente a advertência acerca das dificuldades a serem enfrentadas.
Ainda assim, empreender se apresenta, de fato, como um bom negócio para quem tem curso superior. O reconhecimento no mercado, a contribuição para o avanço de sua área e o retorno financeiro atrativo são exemplos que corroboram com a afirmação. Os desafios podem ser superados com conhecimento aprofundado e persistência. Cursos oferecidos por instituições de renome e com capacidade técnica comprovada estão disponíveis, em muitos casos de forma gratuita, sem mencionar a alta gama literária existentes atualmente para auxiliar o empreendedor em sua jornada.
O caminho é, de fato, árduo, mas os frutos são compensativos, sendo o conhecimento através do estudo e a perseverança através da resiliência ferramentas extremamente eficientes para quem escolhe empreender.
REFERÊNCIAS
<https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/brasil-sobe-tres-posicoes-no-indice-de-liberdade-economica-2019-cosb1d6c5mvynb005ejzg3lmk/> Acesso em 03/04/2020.
<https://m.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/Relat%C3%B3rio%20Executivo%20BRASIL_web.pdf> Acesso em 03/04/2020.
<https://www.camara.leg.br/noticias/588685-bolsonaro-sanciona-a-lei-da-liberdade-economica/> Acesso em 03/04/2020.
Por: André Henrique Tavares
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