Goiás Sedia Pesquisa que Pode Mudar a Prevenção à Covid-19 e Amplia Acesso a Voluntários
Com pesquisa financiada pela universidade holandesa, Radboud University Medical Center em parceria com a Faculdade da Polícia Militar (FPM) e tendo como líderes, grandes especialistas em imunização do mundo, Doutor Mihai Netea e Doutor Leonardus A.B. Joosten. Goiás pode se destacar pelos resultados esperados com a pesquisa que vai estudar a eficácia da vacina de Influenza, usualmente usadas na prevenção à gripe, no treinamento de imunidade contra a Covid-19.
Com o aumento da imunização da população, a pesquisa ampliou para a participação também das pessoas que já foram imunizadas total ou parcialmente contra Covid-19. “É natural que uma pesquisa desse porte se adapte com a realidade do avanço da vacinação. Agora, ampliamos o acesso a mais pessoas que podem ser voluntárias neste projeto que pode ser referência em todo o mundo,” explica o coordenador da FPM, Cel. Nascente.
O projeto
O projeto envolve a aplicação da vacina contra influenza em voluntários em perfeito estado de saúde, vacina essa já testada e usada na população, sem qualquer efeito colateral, para estudar a sua eficácia na prevenção de outras doenças, além daquelas em que elas já são conhecidamente eficientes. “O que vamos fazer é avaliar sua eficácia em outros vírus, principalmente o novo coronavírus”, explica o coordenador da FPM, Cel. Nascente.
O estudo já detém autorização do Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade da Policia Militar – (CEP/FPM) que é registrado e credenciado na Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), vinculada ao CNS – Conselho Nacional de Saúde, e, portanto, é habilitado para realizar o acompanhamento das pesquisas científicas que envolvem seres humanos.
Voluntários
Podem participar da pesquisa até 4 mil voluntários. Serão aplicadas 2 mil doses da vacina Influenza. O outro grupo de 2 mil voluntários receberá uma vacina placebo (um grupo que recebe uma vacina sem efeito para comparar com os resultados dos demais grupos, essencial para validar o estudo). Este formato é usado em todas as pesquisas científicas no mundo. Ao participar da pesquisa, o voluntário vai contribuir para um caminho de prevenção e cura para a Covid-19 que tem acometido todo o mundo.
A duração do monitoramento de cada participante dependerá dos resultados preliminares obtidos após 3 meses, com duração máxima de 12 meses. Durante a admissão de cada participante, será realizada a coleta de informações essenciais, como dados demográficos, histórico médico, uso de medicamentos e histórico de vacinação, através da aplicação de questionários. Em seguida, os participantes serão separados em grupos específicos.
Para saber mais sobre a pesquisa, conferir o regulamento para participar e dar sua contribuição para a saúde da população, basta acessar o link: https://forms.office.com/r/1St8u5yJGt.
O que é grupo placebo
No contexto médico científico, o emprego de placebo é chave em testes para avaliação e desenvolvimento de novos medicamentos, procedimentos e terapias. Ele funciona como base de comparação para testar a eficácia de drogas e tratamentos médicos. O placebo não possui efeito ativo, ou seja, não faz qualquer alteração no organismo e é uma importante ferramenta na pesquisa científica. Geralmente, nos estudos sobre novos remédios, os voluntários são divididos em grupos, sendo que parte recebe o verdadeiro tratamento e outra parte toma os placebos. O paciente pode ou não saber em qual categoria foi incluído, assim como o médico. Quando nenhum dos dois tem conhecimento sobre quem está usando a droga real, o estudo é chamado duplo-cego. No fim da pesquisa, é possível avaliar se o remédio trouxe efeitos positivos, comparando o estado de saúde dos voluntários que tomaram o medicamento com o daqueles que ficaram com o placebo.
Critérios para participação na pesquisa
Serão selecionados voluntários em perfeito estado de saúde e que NÃO apresentem os seguintes quadros:
- Alergia conhecida a (componentes das) vacinas Influenza e Tríplice Viral ou eventos adversos graves à administração anterior;
- Febre (> 38º C) nas últimas 24 horas;
- Gravidez (também sendo recomendado às participantes que se voluntariarem que evitem a gravidez por um mês após vacinação);
- Suspeita de infecção viral ou bacteriana ativa;
- Vacinação para influenza nos últimos 2 meses;
- Diagnóstico de COVID-19 confirmado;
- Pessoas com algum tipo de linfoma ou neoplasia maligna ou que tiveram nos dois anos anteriores;
- Profissionais com envolvimento direto, na concepção ou execução, deste estudo;
- Pessoas que tenham tido registrado ausência do trabalho de ≥ 4 das 12 semanas seguintes devido a qualquer motivo (férias, licença maternidade, aposentadoria, cirurgia planejada, etc).
Pessoas imunocomprometidas, sendo excluída a participação de:
- a) indivíduos com infecção conhecida pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV-1);
- b) indivíduos neutropênicos com menos de 500 neutrófilos / mm3;
- c) indivíduos envolvidos em transplantes de órgãos;
- d) indivíduos com transplante de medula óssea;
- e) indivíduos em quimioterapia;
- f) indivíduos com imunodeficiência primária;
- g) indivíduos com severa linfopenia com menos de 400 linfócitos / mm3;
- h) indivíduos em tratamento com quaisquer terapias anti-citocinas;
- i) indivíduos em tratamento com esteroides orais ou intravenosos definidos como doses diárias de prednisona 10mg ou equivalente por mais de 3 meses, ou uso provável de esteroides orais ou intravenosos nas quatro semanas seguintes;